Arte, moda e cultura em Brixton


ReflectionsBrixton de Jo Gibbs
O festival de design de Londres aconteceu na semana passada entres os dias 16 e 24 de setembro. Este Festival celebra e promove Londres como a capital de design do mundo. Neste décimo quinto ano, o Festival retornou a locais e instituições em toda a cidade.

Muitos eventos aconteceram em diversos bairros da cidade. Por exemplo, perto da estação de comboios da “Liverpool Street” houve um projeto com o nome de “A Villa Walala de Camile Walala”, muito interessante e lindo. Ela criou uma enorme escultura inflável, intitulada Villa Walala que representava uma sensação do inesperado e com certeza ela  aconseguiu-o. Imagina tu estás a virar a esquina da rua Broadgate, e encontras uma casa enorme que se move, de cor rosa e modelada com bandas de desenhos repetidos, algo muito divertido.

Muitos bairros participaram no Festival e entre eles podemos falar dum muito interesse – o bairro “Bankside Design District”. Este ofereceu um programa de eventos, atividades, oficinas e palestras, bem como um pop-up internacional muito especial. Tudo foi sobre participar e usar as mãos. Este ano houve um tema forte da tipografia no programa. Por exemplo os fãs de fontes e tipografias adoraram as atividades de letras do Mike Meyer. Houve também um jardim secreto em citizenM com lançamentos de produtos e festas nos redores. Na noite da quarta-feira, 20 de setembro, houve neste bairro uma festa espectacular para celebrar o Festival.

Outro dos bairros que participou foi “Brixton”com o nome de “Brixton Design Trail”. Este foi o meu favorito. Eu moro muito perto deste bairro e estou lá quase todos os dias. Este retornou pelo segundo ano como um bairro do Festival apresentando o tema de “o amor é o poder”, comunicando a força positiva do amor em celebrar a diferença e promovendo a aceitação. Brixton mostrou uma linha emocionante de desenhistas locais de diferentes origens, destacando que a comunidade de Brixton é composta por muitas culturas que vivem umas com às outras com respeito pela diversidade e uma apreciação de muitos valores compartilhados – demostrando que é essa mistura a essência de Brixton.

Um dos projetos do que eu quero falar é o “ReflectionsBrixton” de Jo Gibbs. Ela é uma artista deste bairro e também uma amiga minha com quem passo muito tempo. Ela cria arte sustentável com objetos antigos inserindo desenhos na superfície. A sua arte inclui móveis, iluminação e espelhos. Ela usa uma grande variedade de materiais como madeira, metal, pedra, vidro, cerâmica, espelho, couro e ardósia.

Jo recicla os objetos usando a sua própria técnica chamada “descamação”, que pode ser aplicada em várias superfícies. Este processo combina a sua experiência em impressão, mascaramento e gravura com água, alem de experimentar com técnicas industriais tradicionais para assim criar uma nova metodologia. Ela cria peças personalizadas para indivíduos, arquitetos e desinsignantes e marcas de interiores.

Influenciada pelo documentário de Adam Curtis "Hipernormalised", Jo cria o projeto "Reflections Brixton" que é sobre uma série de espelhos que refletam o nosso comportamento e ambiente. É uma instalação interativa que nos leva através do espelho de passagens passivas convenientes e visíveis para participantes ativos. É lindíssimo e muito interessante. E fiquei muito impressionado.

Jo diz “ao longo da história, o espelho foi usado para transmitir uma mensagem moral. Os espelhos também ajudaram tradicionalmente os artistas, como Leonardo Da Vinci, a ter uma perspectiva diferente do seu trabalho, dando e destacando falhas que de outra forma seriam perdidas ao olho.” Que inteligente!

Esta montagem de espelhos incentiva o público a participar numa competição fotográfica online em Instagram #reflections_brixton, e a melhor fotografia ganhará um prémio que é um espelho de edição limitada da série David Bowie.

Tu podes visitar Reflections Brixton de Jo Gibbs no canto da rua “Pope” e rua “Brixton Station” em Brixton. Cada espelho contém uma letra e todos juntos formam a palavra “Hipernormalised”. Os espelhos estão localizados na parede e através deles podes ver o mundo de Brixton passar – é muito giro!

E já que estamos em Brixton e vamos todos visitar o arte de Jo, eu queria recomendar também outro lugar que é de visita obrigatória. Este é o mercado de Brixton que se chama “Brixton Village Market” que tem muitos restaurantes, cafés e lojas de muito interesse. Temos lá “Mama Lan” por exemplo, que traz o melhor da comida chinesa para Brixton Village Market. O café chinês serve uma variedade de comida de rua tradicional com uma torção contemporânea, como salada de algas marinhas com gergelim torrado e galinha picante. Muito saboroso.

Também temos “Senzala” crêperie bar e café de inspiração brasileira. Eles servem os melhores crepes franceses, tanto salgados e doces, pratos de saladas e tapas. Para aqueles com dente doce, a crepe de Banana Canela com banana, mel, creme e canela é ótima.

E não podemos esquecer-nos de falar de “Franco Manca” que é o refúgio de Brixton para uma deliciosa pizza de massa azeda. Com estilo napolitano todas as pizzas são cozidas frescas e no local em um forno a lenha para levar o sabor de Nápoles a Brixton.

Há muitos outros sitios e lojas onde tu podes gastar o teu dinhero facilmente. Um restaurante e bar Mexicano, uma loja de vinhos, e barracas de mercado que oferecem verduras, carne, peixe e todo tipo de produtos alimentares.

Brixton é um lugar de diversão, cultura, arte e de grande diversidade. 

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