Portugal em outubro 2017
Lisboa - outubro 2017 |
Já estamos no aeroporto de Lisboa e Kiko quer fumar agora.
Estamos cá fora e o sol está quente, se sente agradável nas costas. Eu quero
tomar o pequeno almoço com um cafezinho e uma fruta ou um pastel de nata. Kiko
está a falar com a sua mãe.
Já estamos em Lisboa na rua da Ilha de São Tomé no número 1
em casa da Sara, uma rapariga muito simpática. Ela tem um apartamento muito giro
com muito caráter, é velho e bonito, ótimo para nós. Ela tem dois gatos, o Xico
e a Beatriz, tão lindos. O Xico é muito fofinho e gordo e a Beatriz magra e não
gosta da gente, mas Xico é um amor.
Agora vamos passear pelo bairro. Fomos num miradoro perto da
rua da ilha de São Tomé, vimos o rio e a
cidade desde cima do miradoro. Depois fomos noutro miradoro muito perto do
castelo de S. Jorge e da Igreja e Convento da Graça. Este miradoro era melhor,
conseguia-se ver o rio e o castelo muito bem – foi muito bonito, o sol dava uma luz espetacular.
Havia muita gente. Bebemos cerveja e um copo de vinho.
Agora estamos a descansar um bocadinho e vamos jantar num
restaurante que há fado ao vivo. Estou ansioso para ouvir fado. Por agora
tudo bem, eu adoro esta cidade - é uma jóia.
Ontem à noite o fado foi excelente e também o jantar. Eu
jantei sardinhas assadas muito boas com salada e vinho tinto. Estava o lugar cheio de gente e
havia um grupo com muitos cantores de fado. Eles cantaram muitas canções, como
por exemplo “Cheira bem cheira à Lisboa”, “Mar Português” - eu adorei muito.
Depois tudos eles cantaram uma agarradeira mas eu não consegui perceber tudo o que
diziam, embora eu consegui perceber bastante. Eu adorei o fado e tirei
fotografias de todos eles. Nós ficamos um pouco bebedos com o vinho e o
cheirinho.
Hoje domingo nós acordamos cedo e fomos ao Oceanário no
parque das Nações. Uma maravilhosa experiência. Nós vimos uma exposição do
japonês Amano Takashi que se chama florestas submersas, muito giro. Depois
vimos todos os peixes e as aves do aquário. Havia duas lontras marinhas, Micas
e Maré, que estavam a ser alimentadas com camarões e outros peixinhos pelo seu cuidador. Nós gostamos muito do espetáculo - o mais bonito de tudo. Eram
tão amorosas e fofinhas. Havia também tubarões, cavalos do mar, gatos do mar,
estrelas-do-mar e tantas outras espécies.
O clima esteve ótimo hoje, às duas da tarde fazia trinta e
um graus de temperatura. Nós ficamos caminhar perto no rio Tejo durante muito
tempo para ir ao museu dos azulejos e finalmente apanhámos um táxi porque já
não podíamos caminhar mais com aquele calor. Visitámos o museu e gostámos
muito, vale à pena visitá-lo.
Apanhámos outro táxi em direção ao Mosteiro dos Jerónimos. Vimos o
Padrão dos Descobrimentos também. Bebi uma cerveja e olhamos a rio. Vimos
muita gente passar, gozando do domingo e da cidade. Continuámos a caminhar
até chegar à Torre de Belém e sentimo-nos cansados de tudo por estarmos todo o dia a passear. O sol estava ainda a queimar mas fazia um
vento agradável. Apanhámos outro taxi e fomos ao apartamento um bocadinho.
Jantámos muito cedo hoje. Eu comi bacalhau e Kiko peru, um pouco de vinho tinto
também. Agora já ficamos n acasinha a descansar, nós sentimo-nos sem forças nem
energia. Amanhã vai ser outro dia. Que irá o novo dia nos trazer? Aventura!
E aqui começa o nosso dia com calma, nós conhecemos o Pato
esta manhã, ele é o cão da Sara, muito giro. Ele esteve aqui na nossa cama com
nós a jogar com a escova de dentes do Kiko, muito engraçado, depois apanhou as
minhas meias sujas que estavam a cheirar a raios e ficou louco.
Saímos da casa para tomar o pequeno almoço e estivemos a passear
pelas ruas até finalmente encontrámos a casa da Amália que queríamos ver. Eu
conheci um pouco mais dela depois de tudo o que o meu professor Alexandre já
me tinha contado. Ele é um fã dela. Com certeza eu gostei muito da sua casa.
Kiko, embora não seja um amante do fado, gostou também. Uma casinha humilde e divina casa - cheia de quadros, fotografias, vestidos
dela, um jardim bonito. Havia uma rapariga que esteve a nós explicar um pouco da sua
vida e carreira. Comprámos uma pequena
lembrança dela também.
Eram já duas da tarde e caminhámos para a fundaçãoSaramago, nós já estivemos lá neste passado verão, mas eu quis voltar. Esta vez
Kiko comprou-me o livro cadernos de Lanzarote número 1. A casa chama-se a casa
dos bicos, muito bonita e interessante. Seguimos a caminhar através do bairro
de Alfama e comemos uma sandes e bebemos uma cerveja Super Bock, fazia bom tempo com
um sol bonito e quente, a cidade estava com nós e nós com a cidade - Lisboa faz
que fiques apaixonado, cheia de cores e sabores.
Com paciência chegámos ao castelo de São Jorge. Eu gostei muito do castelo mas foi cansativo.
Comprámos um presente para a mãe de Kiko. Um pingente feito à mão por uma
rapariga numa loja muito fina. Lisboa tem ruas difíceis com escadas por todas
às partes a subir e a descer, lojas e muitos turistas. Demorámos longo tempo no
castelo e estivemos a desfrutardas vistas panorâmicas desde o topo da colina.
Falando, fazendo brincadeiras e passando um bom tempo. Ficámos a beber um rom com cola - tudo
pareceu ainda mais feliz então. Parece incrível mas o álcool ajuda quando uma pessoa se
sente cansado.
A Lisboa nunca dorme e nós seguimos a olhar, rir e caminhar
juntamente com ela até chegar à casa. Ficámos a relaxar um bocadinho e saímos
depois para jantar. Temos passado um dia feliz e o Kiko está agora já acabado e
também eu. Amanhã vamos para Benavente - outra aventura a seguir. Boa noite
amigos vamos sonhar o que nunca foi sonhando:-)
17 outubro - o plano era encontrar-nos com o meu professor
Alexandre em Benavente para visitar a vila e o museu Municipal o qual foi
fundado pelo seu pai, mas houve uma confusão com a data e finalmente não conseguimos
vê-lo. Ainda assim visitámos as exposições, uma do seu pai “Joaquim Rodrigues Parracho – Um Sonhador do Futuro. Joaquim Parracho sonhou com um Museu, espaço
de conhecimento e de partilha, onde a partir de objetos e recolhas do passado
fosse possível a leitura do futuro. Sonhou com uma casa que pertencesse a
todos. Eu gostei muito. A outra
exposição chama-se “Infância - os meninos do princípio do século XX. A
exposição pretende encontrar os meninos homens que marcaram a vivência da
primeira metade deste século. Muito interessante - havia uns livros de leitura
muito bonitos. Conhecemos à Susel e tratou-nos muito amigavelmente e
explicou-nos o mais importante do museu e dos artistas, além do Benavente.
Vimos o rio Sorraia, a Cruz do Calvário e finalmente almoçámos no restaurante
Os Nossos Miminhos. Eu gostei muito de tudo. Comprámos uma garrafa de vinho
para o pai de Kiko, um livro com fotos em preto e branco de Benavente e uma
sardinha de cerâmica muito bonita.
O sol saiu também hoje e bastante quente. Nós tínhamos
alugado um carro na manhã em Lisboa. De Benavente arrancámos para Viseu, os
dois felizes e eu com sono nos meus olhos. Depois dum tempo já fiquei com mais
energia e chegámos à casa da Ma. de Conceição e Rogério por volta das seis da tarde.
Kiko ficou muito alegre por encontrar-se com os seus pais. Comemos pastéis, pão,
queijo, fiambre e bebemos sumo. Já estava eu cheio de comida e descansei por
uma hora com o Kiko ao meu lado colado ao seu telemóvel - a jogar com o seu jogo.
Eu li um pouco e mais tarde jantámos os quatro massa e frango com molho,
tudo ótimo. Com Rogério começeu falar de fado e da Amália e do seu amor pelo
fado, e das canções populares como “o mar Português”, “lavava no rio lavava”.
Estivemos os quatro a brincar, além de beber um pouco de vinho e também um
copinho de porto. Rogério ficou muito feliz e começou a tocar música e canções
da sua época - muito engraçado. Agora eu sinto-me cansado com sono e já estou
deitado na cama de Sofia, muito confortável.
Estou aqui a pensar, a minha cabeça da voltas sempre e está
cheia de memórias e acontecimentos de hoje, de ontem e muito mais. Eu vejo a
lua e fecho os olhos, eu sigo a pensar, a olhar para dentro e a seguir sem
saber muito. Acho que sei, que aprendo, embora não seja nunca suficiente, mas
talvez não o será nunca, tento fazer mais, descobrir mais, entender mais e não
consigo, eito é uma luta, um labirinto, um mar de ondas - e tudo
sempre acontece novamente, como o sol, que nasce tudos os dias. Eu estou sempre a voar, voar sem saber, sem saber muito, encontro e
aproveito, é divertido, vulgar e então fico a sonhar ainda mais. Que tenhamos
felizes pensamentos e sonhos agora.
18 outubro na casa do Kiko.
Kiko foi ao médico com a sua mãe para que lhe removessem um quisto que tinha
nas costas, perto do ombro. Entretanto, eu passei um bom tempo com Rogério no
quintal a falar de azeitonas, oliveiras e de como fazer azeite. Eu aprendi que
uma oliveira pode dar até duzentos kilos de azeitonas e a meia para obter um
litro de azeite é oito kilogramos de azeitonas. Rogério tem por volta de
quarenta e cinco oliveiras aqui neste quintal, mas tem muitas mais noutro
quintal. Quando Kiko e a sua mãe voltaram almoçámos mas desta vez havia o tio do
Kiko também - Luis, um gajo (tipo) muito divertido e amável. Ele passou a tarde lá e
também jantou connosco. Falámos de Portugal e de Deus e da religião - uma
conversa um pouco agitada. Eu não conseguia entender muito por causa da maneira
que eles falavam. Parece que em Portugal a religião é um tema que tem causado
muitas diferenças entre gerações. Eu gostei muito de conhecer o Luís.
No dia seguinte Kiko, Rogério e eu fomos passear pelos
arredores da Barbeita, a aldeia onde a família do Kiko mora. Apanhámos o carro e
fomos ao cemitério onde os avós do Kiko estão enterrados. Eles eram os pais da
sua mãe. Também visitámos a casa onde eles moraram e a quinta
de onde eles eram os caseiros durante muitos anos. Kiko ficou emocionado e
falou-me das histórias de quando ele era pequeno e ia durante os fins de semana a passear tempo com os seus avós. Rogério levou-nos ao seu outro quintal onde tem mais oliveiras.
Parámos primeiro num pequeno bar para beber um café e já perto das doze horas
visitámos outro bar e loja para beber um portinho. Um podia ver fácilmente
o que feliz que Rogério estava a estar com o seu filho e a ensinar-me as suas
oliveiras e o seu lugar. Eu gostei muito e fiquei feliz também. Eu senti me importante e muito
agradecido.
Depois Kiko e eu fomos almoçar com a sua mãe em Viseu. Também ela ficou muito contente. À
tarde nós fizemos uma sesta muito agradável até chegar a noite novamente. Eu estive a ler o livro de Saramago durante um tempo - estou a descobrir coisas novas dele. Nós deitámo-nos cedo naquela noite.
20 outubro - todo o dia com Ma. de Conceição, Rogério e
Kiko. Fomos a Viseu passear um pouquinho, tomámos o pequeno almoço com um pão
de Deus delicioso e um café, visitámos o palácio do gelo e voltámos para casa.
Comemos carapaus e arroz com feijão e choriço, a comida estava incrível. A mãe do Kiko cocinhou maravilhosamente.
Eu não poderia me esquecer realçar quanto ótimo que estava o bacalhau no forno com
batatas a murro que Rogério preparou na noite anterior. Muito delicioso.
Esta tarde tudo ficou um pouquinho triste quando chegou a
hora de arrancar para Lisboa. Hoje aqui, e amanhã lá, e a vida segue a
dar voltas e voltinhas mais, o tempo passa e nós com ele e tudo, tudo gira e
muda connosco. Até à próxima vez. O caminho para Lisboa foi fácil e nós chegamos
bem.
Kiko e eu passámos o último día das nossas férias em Lisboa novamente. Fomos deixar o carro na agência de aluguer e ficamos a passear mais um pouco pela cidade. Fomos aos jardins do parque Eduardo VII caminhando para baixo até chegar à estatua do Marquês de Pombal. Chegamos mais tarde à Praça Martim Moniz e também passámos através da Praça do Comércio até chegar ao rio onde nos sentámos a ver os barcos. Ainda fazia calor em Lisboa. Fomos almoçar no restaurante Tágide em cima duma das colinas da cidade. A cidade via-se duma forma incrível, com os telhados vermelhos e o céu azul. Nos ficámos ao pé das janelas numa mesa para almoçar com as melhores vistas daquele maravilhoso dia. A comida foi deliciosa e também o vinho. E aqui termina a nossa história de Portugal em outubro, com muito amor e alegria.
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