Trocando
Bemvindo 2018 |
Olhando para trás
Levanta-te já menino dizia a minhã avó todas as manhãs às sete e meia. Naquela fazenda fazia um frio que cortava o rabo aos cães, dizia a minha mãe. E com certeza os invernos eram muito mais frios dos que hoje em dia. Marta, a minha irmã e eu nascemos só com onze meses de diferênça, a minha mãe sempre dizia que eu comecei a caminhar antes da Marta. A iaia, assim é como nós chamávamos a nossa avó, foi para nós como uma mãe. Ela estava sempre lá. Carmen era o seu nome. Ela era uma mulher baixa e gorda, com os cabelos brancos. Ela acordava-se sempre muito cedo, quando o sol saia, como as galinhas ela dizia. Enquanto Marta e eu estávamos a preparar-nos e vestir-nos para ir à escola, ela estava a arrumar a casa e a acender o fogo na lareira. Assim era como ela mantinha a cozinha quente para nos ficarmos mais confortáveis. A casa era muito grande e naqueles tempos não havia aquecimento central. O lume na cozinha utilizava-se também para aquecer a água para cozinhar e para lavar os pratos. No inverno havia lume durante todo o dia. Os quartos eram grandes e frios também com os tetos muito altos e com vigas de madeira onde, muitas vezes, eu via ratos que estavam a correr por lá cima. Agora eu morreria de medo. Naqueles tempos tudo aquilo era o que havia, era normal ver os ratos na fazenda. Marta e eu eramos parte daquela história, naquele momento. Os meu pais e avós tinham muitos animais. Eu sempre adorei os animais todos.
Levanta-te já menino dizia a minhã avó todas as manhãs às sete e meia. Naquela fazenda fazia um frio que cortava o rabo aos cães, dizia a minha mãe. E com certeza os invernos eram muito mais frios dos que hoje em dia. Marta, a minha irmã e eu nascemos só com onze meses de diferênça, a minha mãe sempre dizia que eu comecei a caminhar antes da Marta. A iaia, assim é como nós chamávamos a nossa avó, foi para nós como uma mãe. Ela estava sempre lá. Carmen era o seu nome. Ela era uma mulher baixa e gorda, com os cabelos brancos. Ela acordava-se sempre muito cedo, quando o sol saia, como as galinhas ela dizia. Enquanto Marta e eu estávamos a preparar-nos e vestir-nos para ir à escola, ela estava a arrumar a casa e a acender o fogo na lareira. Assim era como ela mantinha a cozinha quente para nos ficarmos mais confortáveis. A casa era muito grande e naqueles tempos não havia aquecimento central. O lume na cozinha utilizava-se também para aquecer a água para cozinhar e para lavar os pratos. No inverno havia lume durante todo o dia. Os quartos eram grandes e frios também com os tetos muito altos e com vigas de madeira onde, muitas vezes, eu via ratos que estavam a correr por lá cima. Agora eu morreria de medo. Naqueles tempos tudo aquilo era o que havia, era normal ver os ratos na fazenda. Marta e eu eramos parte daquela história, naquele momento. Os meu pais e avós tinham muitos animais. Eu sempre adorei os animais todos.
A iaia fazia chocolate quente cada manhã para nós, e fazia também torradas no lume. Nós deviamos comer tudo antes de partir para à escola. Os nossos vizinhos, Miquel, Jordi e Francesc passavam todos os dias através de nossa casa por volta das oito da manhã para caminhar todos juntos para a praça da igreja onde nós apanhávamos o autocarro para ir à escola. Não havia escola na nossa pequena aldea. A aldea chama-se “Sant Andreu Salou”. Também tinhamos outros vizinhos, Marta e Kiko, e também, as vezes, eles vinham connosco. A praça da igreja era o ponto de econtro para todos nos juntar e jogar. Ali fazíamos uma fogueira também todas as manhãs para aquecer-nos um pouco, jogávamos à bola e corríamos pelos campos. Havia uma pequena lagoa, na praça, dum vizinho que se chamava José. Ele vivia com a sua mãe – uma senhora já muito velha e caminhava sempre com a ajuda duma vara. Nós brincávamos e ríamos muito com ela. Cada manhã ela saia para dar uma volta com uma porca, com os porquinhos pequeninos no redor. A lagoa estava quase sempre gelada e nós tentávamos caminhar por cima do gelo. José, o vizinho, ficava furioso. Na lagoa havia sempre patos, com gelo ou sem gelo.
O tempo não para.
Eu poderia contar muitas outras anedotas, histórias e
brincadeiras. O tempo tem passado e aquelas histórias do passado que tanto me
marcaram estão ainda aqui presentes como imagens e luzes. Hoje é outro dia normal
e vou fazer coisas que eu faço todos os dias, coisas normais. Porquê eu pensei ou lembrei- me destes tempos
hoje? Da minha avó? É isto uma mensagem? Eu não sei bem mas no principio do ano
é quando, provavelmente, se pensa e se reconsidera um pouco sobre o pasado,
sobre os acontecimientos do ano passado. Muitas vezes pensamos demais e sem
querer fazemos uma viagem no nosso próprio pasado. Um ano depois de outro ano,
uma história depois de outra e assim como fazendo uma trança, formando o tempo.
Isto é o nosso filme verdadeiro.
Já é 2018.
Ontem à noite estive a caminhar pela cidade. Fazia dias que
não tinha visto o centro da cidade. Foi o aniversário da Sofía. Kiko, Sofía, João
e eu fomos dar uma volta. Ela veio a Londres anteontem para celebrar o seu
aniversário com os seus irmãos. Estivemos os quatro aqui celebrando – foi
ótimo. A Sofía ficou muito feliz de estar com eles. Ela sorria com cara de
felicidade e abraçou-nos com ternura e carinho. Foi uma noite muito feliz -
para nunca esquecer. Tudo como num filme, um filme familiar. A minha familia,
todos moram em Espanha; isso sempre tem sido assim.
Nós fomos tomar uns copinhos à torre Oxo para brindar e
celebrar o seu aniversário. Um lugar maravilhoso onde se pode ver o rio e
também parte da cidade.
A manhã estava fria hoje, como todas as manhãs e tudo parecia calmo, nada mudou desde ontem ou anteontem; o trabalho estava onde sempre está, atrás do ecrã, atrás daquelas linhas do Internet e do telefone; os colegas foram a trabalhar também e tudo aconteceu da mesma maneira, como de costume. Quarta feira e amanhã quinta, em breve sexta, que giro! dois dias feriados. Um pouco de relaxamento, a descansar e divertir-nos um pouco. Isto é o que o ano novo é para mim. É o mesmo que o velho, mas com um numero mais. Uma cadeia composta de elos. Talvez cada elo seja um ano, uma época, uma história, ou um capitulo mais. Quem sabe! Tu sabes?
Fazer mais histórias, mas ainda melhores, contar mais contos
e continuar a fazer erros, e estar a diverter-nos
com qualquer coisa que façamos. Trabalhar e a seguir adiante, tentar sem parar.
Procurar por aquilo que traz a felicidade e estar ocupados com projetos que
fazer. O verão esta a chegar em breve.... ja não te lembras?
Esta é uma frase de Martin Luther King Jr. que eu gosto muito
e acho mutio verdadeira.
"Sempre é o momento certo para fazer algo de bom"
"Sempre é o momento certo para fazer algo de bom"
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